quarta-feira, 17 de abril de 2013

Champignon em entrevista ao G1 logo após a estreia de A Banca

G1 – Você disse que está ainda encontrando o seu jeito de cantar. Como você acha que ele vai ser?
Champignon –
É porque existe uma adaptação natural, né, cara. Existem duas coisas: uma forma própria de fazer e a forma do Chorão, tá ligado? Entre essas duas coisas, para não ficar diferente do cara e ao mesmo tempo não ficar tão parecido, existe uma forma. É isso que eu estou buscando, sabe? Tentar fazer a coisa como ele fazia, mas de uma forma um pouco autêntica. A gente tem um timbre um pouco parecido até. Não quero que as pessoas falem também “Pô, está querendo imitar o cara!”. Mas, por outro lado, cresci do lado dele. Eu o conheci quando eu tinha 12 anos de idade. E eu brincava de carrinho e depois ia para o ensaio tocar com o Chorão. Então, peguei os trejeitos, a forma de falar – o cara foi uma influência na minha vida. Tem coisas que não tem como fugir, é um jeito de ser, sacou?

G1 – Tem outros casos de bandas que continuaram depois de perder o vocalista, como o Barão Vermelho, por exemplo. Servem de influência para você?

Champignon –
Tem o caso do Dave Grohl, né? É um cara incrível. [Depois da morte de Kurt Cobain] Fez uma outra banda, foi para a guitarra, foi cantar... Acho que cada história acontece de uma forma. A melhor forma que poderia acontecer, para a gente, era essa.
 
G1 – Por quê?
Champignon –
Porque, para eu poder tocar baixo e cantar, eu precisaria de muito mais tempo. É embaçada a métrica do Chorão e as coisas que gosto de fazer no baixo. Não tem como sair satisfeito, logo de cara, fazendo tudo... Então, foi bem legal ter deixado o baixo.

G1 – Você se sente mais confortável, agora que se ‘livrou’ da obrigação de tocar?
Champignon –
Muito, muito confortável. Porque é um outro esquema: agora sou o comunicador da banda. Então, preciso estar ali na frente, preciso falar com as pessoas, preciso levar outro tipo de energia, sacou? Para as pessoas se sentirem também, sei lá, satisfeitas em ver a gente. Se colocasse outro cara – qualquer outro cara [no lugar que era de Chorão] –, iria ser uma diferença muito grande. Ficando entre a gente esse negócio, acho que é uma distância menor, assim, para as pessoas conseguirem enxergar a gente como outra banda, mas também como o Charlie Brown. Porque a gente não queria mudar de banda, mas mudou em função de querer eternizar uma imagem que as pessoas têm do Charlie Brown.

G1 – Aconteceu algum fato que despertou em vocês a vontade de continuar?

Champignon –
Não. Não passou pela minha cabeça parar. A gente precisava de um tempo para poder se reorganizar. Mas parar não. Porque eu vou fazer o quê? Não posso nem ser office boy (risos). Acredito que existiu uma ajuda de outra esfera, de repente do próprio cara mesmo, porque foram sopros de ideias muito boas no espaço de muito pouco tempo. “Vamos juntar a banda, vamos pegar um músico de apoio, aí pintou a Lena...” No caso do nome, a gente não é o Charlie Brown, mas é foda deixar de ser o Charlie Brown. A gente é a banca do Charlie Brown. Porque A Banca pode ser perfeitamente sem o Chorão e com a gente na parada. Foram coisas bem sacadas que possibilitaram de a gente poder voltar para a estrada um pouco mais cedo.

G1 – A Lena vai cantar alguma coisa, fazer vocais de apoio, para dar outra cara e diferenciar mais claramente A Banca do Charlie Brown Jr.?

Champignon –
Nem imaginei. Isso é uma coisa natural. Por enquanto, a gente está preocupado com a parte instrumental, com eu assumindo ali. Quem está fazendo os backings é o Thiago. A gente não pensou nisso. E ela canta também – canta superbem. Mas não sei como que a gente vai encaixar isso ainda. Porque faz muito pouco tempo. Mas acredito que ela vá acabar fazendo alguma coisa nesse sentido aí.

Fonte:G1

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